A discussão sobre mobilidade urbana, mais precisamente em torno do VLT/Monotrilho, norteou o webinário promovido na tarde desta segunda-feira (24), pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia, por meio da Câmara Especializada de Engenharia Civil. O evento contou com a participação da Superintendente de Mobilidade Urbana de Salvador, Arquiteta Grace Maria França Gomes; do Presidente da CTB, Eng. Sanitarista e Ambiental José Eduardo Ribeiro Copello, do Coordenador técnico do Fórum a Cidade Também é Nossa, Arquiteto e Urbanista Carl von Hausenschild e o Coordenador Geral da Sociedade Nacional Movimento Trem de Ferro/Ver de Trem, diretor-executivo do grupo ecológico Gérmen, Gilson Jesus Vieira.
O presidente do Crea-BA, engenheiro agrimensor Joseval Carqueija, abriu o evento e falou sobre a disponibilidade da gestão em apoiar seminários com essas características. “Sempre é bom discutir mobilidade urbana, pois as cidades crescem e é um desafio oferecer qualidade de vida a população com transporte de qualidade. Todos ganham com isso”, observa.
O presidente do Confea, engenheiro civil Joel Kruger, destacou a necessidade de discussão técnica do tema, principalmente relacionada à viabilidade e particularidades de implantação de sistemas e linhas. “Parabenizo a Câmara de Civil e o Crea-BA pela excelente iniciativa de debates de temas técnicos”.
O gestor do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, Neilton Dórea, chamou a atenção para a necessidade de pensar em mobilidade um pouco mais para frente, fazendo a relação com os modais existentes e citou a falta de diálogos com as instituições, como o Crea e o CAU. “É preciso haver diálogo. Entender como está sendo feito. É importante ter uma discussão ampla com os conselhos porque precisamos ter acesso às informações. A Arquitetura e Engenharia não serão diretas se não atender às necessidades humanas”.
A Coordenadora da Câmara Especializada de Engenharia Civil, Rute Carvalhal, falou sobre a importância do tema para a mobilidade urbana. “É uma honra para o nosso colegiado tratar tema tão importante. Novos modais como o BRT e VLT chegaram em nossa cidade e é preciso discutir porque o assunto interessa profissionais da área tecnológica e também a sociedade baiana. O tema foi abraçado pelos conselheiros”.
O Programa de Mobilidade Urbana Sustentável da Bahia foi defendido pelo engenheiro José Eduardo Ribeiro. Ele mostrou imagens antigas da cidade e lembrou o funcionamento dos bondes. Destacou às políticas de incentivo à compra de veículos em contrapartida, enfatizou a falta de estrutura das cidades para acompanhar a proliferação dos carros. “Salvador tem uma frota de um milhão de veículos. Hoje é muito fácil comprar veículos e isso sobrecarga do sistema de transporte público”, afirma.
Grace Maria França Gomes ressaltou a cultura de pertencimento para pessoas que moram na região e em contrapartida afirmou que o projeto VLT/Monotrilho trará urbanização e sustentabilidade. “O projeto traz desenvolvimento, geração de trabalho e novos empreendimentos para a região do Subúrbio”.
O arquiteto Carl Von Hounsenchild defendeu a necessidade de estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental para o projeto VLT/Monotrilho. “O projeto apresenta várias discrepâncias, viabilizou apenas o pretendido pelas autoridades governamentais, assim como vem sendo feito com outros empreendimentos como o BRT e a Ponte Salvador/Itaparica. Precisamos de um estudo independente”, reitera.
O evento contou com a participação maciça dos internautas e está disponível no nosso canal do Crea no youtube.
Nadja Pacheco