Alagoinhas, 20 de maio de 2021
Assunto: História de vida pessoal e de “Madrinha” da cadeira
Identificação:
Acadêmica – Iraci Gama Santa Luzia
Madrinha – Maura Cardoso
Cadeira – nº 30
Instituição: Academia de Letras e Artes de Alagoinhas – ALADA
Nasci numa madrugada chuvosa e fria, quando faltava gás, em Alagoinhas, e, sem
querosene para os candeeiros, as noites ficavam ainda mais frias. Era tempo de guerra, na
Europa, mas, com consequências para todo o mundo. O dia? Nove de julho de 1943.
Cheguei, portanto, durante a 2º Guerra Mundial, em meio a muitas dificuldades familiares,
e, de resto, no país, porque o Brasil também foi chamado a guerrear e perdeu muitos
pracinhas, dentre os quais, dois alagoinhenses, na Itália, em 1944, quando eu nem tinha um
ano de vida. E, no mês de agosto, desse mesmo ano, morreu, de parto, a minha mãe,
deixando, além de mim, um irmão de dois e uma irmã de cinco anos de idade. A família
materna tomou conta das crianças e deu tanto amor e carinho para elas que nunca sentiram
falta de mãe, nem de pai. Numa família ferroviária de poucos recursos, como era comum,
na época, os adultos se imolaram para que as crianças tivessem, no mínimo, alimentação
adequada e educação escolar. Naquele tempo, a família respondia pela orientação moral,
social e religiosa de seus filhos, ensinava a respeitar os mais velhos, a não dizer palavrões,
a não xingar, a rezar antes de dormir e ao levantar e tomar a benção aos pais, aos tios, aos
avós, aos mais velhos. Havia horário definido para estudar, para fazer os deveres da escola,
para brincar (e quanta brincadeira boa, meu Deus!). Havia horário também para dormir, para
ajudar nos trabalhos da casa: varrer, lavar os pratos, passar ferro em roupa (e não era ferro
elétrico), fazer as camas, varrer o quintal e a porta da rua, completamente, aos domingos.
Também aos domingos, vestíamos a nossa melhor roupa, para ir à aula de moral cristã, no
Centro Espírita. E participávamos de campanhas: do tijolo (para construção dos templos);
do agasalho (para comprar cobertor de frio); do enxoval (para comprar os elementos básicos
de enxoval de mães pobres); do farnel, (alimentos para os mais necessitados); íamos aos
lugares mais distantes, levar esse material. E, de dois em dois meses, visitávamos os presos
e fazíamos orações com eles, cantávamos e declamávamos para eles. Era a religião nos
ensinando a dividir, compreender, compartilhar.
O meu avô era ferroviário aposentado, do tempo do “francês”. Ajudou a fundar a Caixa
de Aposentadoria em 1921. E discutia política, na casa de seu Cabral, o sapateiro, que era
também, um ativista político e uma liderança que morava bem em frente à Oficina São
Francisco. Para a casa de seu Cabral eu o acompanhava, segura pela mão, para ajudá-lo a
andar, pois ele já não enxergava direito. Já escrevi uma crônica sobre seu Cabral e seu
“Ateliê” de operário artesanal, que foi a minha primeira escola de política trabalhista, sindical,
ferroviária, que discutia a situação nacional e internacional, pois foi aí, onde primeiro ouvi a
expressão “Trustes Japoneses”. O jornal “A Tarde” estava sempre disponível para leitura
dos ferroviários frequentadores daquela casa do “saber” viver, valorizando a informação, o
conhecimento e a solidariedade. Lembro de nomes importantes falados naquele recinto,
entre leituras do jornal e comentários do Rádio. Na década de cinquenta, quando eu já
estava mais crescida e sabia ler, alguém dizia assim: Pedro da Gama, manda a menina ler
aí. E ele escolhia a manchete mais adequada para o momento, e eu lia, para aqueles
homens, muitos dos quais analfabetos, mas que elogiavam a minha leitura e eu ficava feliz.
Eu não tenho dúvida de que foi esse ambiente que forjou em minha ‘alma’, os princípios do
respeito, da consideração, da compreensão, e também da altivez da liberdade de expressão,
da vontade de buscar os direitos e da firmeza da garantia desses direitos, como o operário
que tem direito ao seu salário, pelos serviços prestados e pela responsabilidade de prestar
bons serviços, onde quer que se encontre.
Quando fui para escola e a professora falava comigo, eu a ouvia, como ouvia, em
casa os meus avós e tios. Tive três professoras primárias, das quais guardo maravilhosas
lembranças: Maria de Lourdes Saback de Azevedo, Maria José Bastos Teles e Ana de
Oliveira Campos – Noquinha. Com elas, exercitei minha leitura, minha linguagem, aprendi a
gostar e a declamar poesia. Também cantava e fazia teatro (dramas). Isso foi da Cartilha até
o 5º ano primário. Fiz o Exame de Admissão ao Ginásio, no Colégio das freiras, onde a
realidade era outra. Sempre estudei em escola pública, e agora, a menina pobre da rua 2 de
Julho, estava no ambiente mais elitizado da cidade. Era aluna bolsista. A própria Noquinha
se encarregava de buscar bolsas de estudos, para aquelas suas alunas que apresentavam
potencialidades de avançar. Marlene, a minha irmã, já estava lá, com bolsa, e era boa aluna.
Eu tinha esse e outros problemas para vencer. O ensino religioso era outro ponto, pois o
Satanás corria solto nas religiões não sacralizadas e a minha – Espiritismo – era uma delas.
Mas, nos intervalos das aulas, quando corria no pátio da escola ou entre as estacas de
sustentação do piso da Capela em construção, eu desfazia as pregas da saia da farda,
puxando uma parte para imitar um rabo e corria atrás das colegas dizendo: corre que lá vai
Satanás! E todas corriam e dávamos bastante risada!. Assim, eu expulsava Satanás com
aprovação das minhas colegas mais próximas. Quando, chegando em casa, eu queria
reclamar de algo que me incomodava, pelo tratamento, discriminação, logo vinha a
observação, lembrando o meu avô, em situações, com minha irmã: “Olhe, nós escolhemos
ir para lá. As freiras não nos mandaram convite. Se esforce para ser boa aluna”.
O meu avô era uma liderança natural. Espirita, por opção, recebia protestantes,
católicos, candomblecistas e ateus, para conversar. E eram longas conversas sobre a vida,
sobre Deus, sobre reencarnação. Frequentava o Centro Espirita União e Caridade, aqui
perto de casa, na rua 2 de Julho, e as pessoas que vinham do centro da cidade passavam
por aqui e seguiam com ele. Voltavam também juntos, sempre falando sobre algo do Centro.
Paravam, um pouquinho, aqui na porta, para concluir o assunto. Dentre essas pessoas, uma
mulher era especial, porque, ao chegar aqui, em qualquer horário, perguntava por mim, me
abraçava e se referia a uma coincidência entre nos duas: ela também era nascida em 9 de
julho. O nome dela? Maura Cardoso. Quando falava, passava muita confiança, muita firmeza
e entusiasmo. Parece que estou a ouvi-la, perguntando ao meu avô: Pedro da Gama, e a
“Chemins de Fer”? E ele, de forma pausada, falava sobre a empresa francesa que dominava
a ferrovia, no seu tempo, e sobre a luta dos ferroviários para combater o preconceito e a
discriminação até que Getúlio Vargas encampou essa empresa e criou a Viação Férrea
Federal Leste Brasileiro. Os dois não gostavam de ditador; combatiam a ditadura, mas
reconheciam ações positiva de Getúlio. Os assuntos dela eram sempre interessantes para
mim, porque eu queria ser advogada e ela, já o era, sem ter cursado Direito: socorria as
pessoas que precisavam de apoio jurídico, para regularização de suas vidas:
aposentadorias, licenças médicas, reconhecimento de paternidade, pensão alimentícia.
Subia e descia com as pastas cheias de documentos pessoais, buscando apoio de amigos
para essas produções que fazia, gratuitamente. No Fórum de Alagoinhas, contou com a
ajuda de Antonio Fontes – Escrivão da Justiça, por muitos anos e depois, também advogado.
E o Juiz de Direito Eurico Boaventura, com quem batia longos papos e de quem recebia
orientações. Uma mulher extraordinária, pelas convicções e pelo exercício da vida. Quando
Getúlio Vargas morreu, em 1954, Alagoinhas ficou taciturna, o sino da igreja Matriz badalava,
com tristeza, e o Serviço de Alto-Falante de Efierre Dias que tinha uma “boca” presa ao poste
da esquina da rua 2 julho, perto da minha casa, dava a notícia e tocava a Ave Maria. Ouvi
Maura falar sobre esses fatos, em vários momentos, sempre com pontuações muito
significativas: razões da morte de Getúlio!
Em 1956, chegou a minha vez de cursar o Ginasial e fui, toda entusiasmada, naquela
farda de meia comprida até o joelho e saia pregueada, que passava quatro dedos do joelho;
a blusa, de manga comprida e gola até o pescoço. Só as mãos e o rosto ficavam de fora, na
farda do Colégio Santíssimo Sacramento. O meu avô já estava doente e fui me apresentar,
para receber sua benção, naquele março, 1º dia de aula da sua neta que era a terceira a
entrar no Ginásio. Os dois mais velhos já estavam lá: O menino no Ginásio de Alagoinhas e
a menina, na terceira serie Ginasial, desse mesmo Colégio das freiras. Mas, no dia seguinte,
ele já estava bem pior e faleceu, no dia 9 de março de 1956. Foi assim, que o tio – Zeca da
Gama – assumiu as funções de pai e a menina adolescente viveu os sustos da dúvida e da
ansiedade. Ficaram dele, as lições já aprendidas, o exemplo dignificante de vida, as
amizades. Dentre elas, a de Maura Cardoso. Numa de suas visitas, ela me disse: “Minha
filha Deus que lhe livre da minha sorte!” E eu achava tão bonita a vida dela! Essa foi outra
dificuldade grande que tive que vencer: a ausência do meu avô. Continuamos, porém, indo
à aula de moral cristã, na União Espirita e dois amigos dele sempre nos davam assistência:
João Batista Hortela e Maura Cardoso. Os anos foram passando mas a vontade de ser
advogada, não. Porém não havia condições financeiras para estudar em Salvador ou em
Aracaju e a alternativa era mesmo continuar no Colégio das freiras e fazer o Curso
Pedagógico, de dois anos, depois de cursar a Série Intermediaria. Assim aconteceu e em
dezembro de 1962, o Colégio SS. Sacramento formou 52 professoras. E lá estava eu. Alegria
geral para família e para os amigos. A filha mais nova de Maria Gama formou hoje! Pedro
da Gama, onde estiver, estará feliz!
Em Janeiro de 1963, entrei em uma sala de aula, do Colégio da Bahia, em Salvador,
como aluna do Curso de Português, da Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino
Secundário – CADES – do Ministério da Educação e Cultura para professores leigos, ou
seja, não formados na Academia. E no dia 4 de março desse mesmo ano, entrei, cheia de
entusiasmo e de nervosismos, na sala de aula, como docente da primeira série do Ginásio
de Alagoinhas. Esse foi o meu primeiro espaço de relacionamento interpessoal com
adolescentes questionadores e amorosos. E com um professor mais velho e mais
compenetrado, que ficava, em pé, na porta daquelas salas, de vez em quando, com receio
de que pudesse aparecer ali, algum “engraçadinho”, pronto para uma piada, um gracejo, um
desrespeito. Professor Arthur era esse guardião da mocinha de 19 anos, começando a vida
profissional, cheia de temores, esperanças e desejos. Buscando sempre, no baú dos
guardados, as alternativas para as aflições: Deus e as lições de casa! Aí, nesse Colégio,
fiquei 7 anos até sair para o Curso de Português do PREMEM – Programa de Expansão e
Melhoria do Ensino Médio. Entre 1967 e 1970, porém, lecionei também na CNEG –
Campanha Nacional de Educandário Gratuitos, depois Campanha Nacional de
Educandários da Comunidade, hoje, Centro Educacional Cenecista Alcindo de Camargo –
CECAC e no Colégio Mario Laerte no Barreiro. Quando o ano de 1972 começou, já
estávamos em 2 lugares. 1) iniciando o Curso de Letras Vernáculas na Universidade Católica
do Salvador, onde fiquei até 1975; e, 2) com as responsabilidades da Matéria Comunicação
e Expressão que a nova Lei n°5.692/71 nos apresentava, na modernização pedagógica do
MEC dos militares, para lecionar no Colégio Polivalente de Muritiba. Foi a primeira
experiência profissional que tive fora de Alagoinhas. Maravilhosa experiência! Em 1976, a
Secretaria de Educação do Estado da Bahia, pelo Departamento de Ensino Superior e
Aperfeiçoamento de Pessoal – DESAP – me trouxe de volta para Alagoinhas, para assumir
a missão de providenciar os documentos necessários para o Reconhecimento do Curso de
Letras da Faculdade, iniciado em 1972. Foi uma trabalheira danada, mas, em 1977, o Curso
de Letras foi Reconhecido e a Faculdade continuou sua caminhada para o bem de toda
região. Foi o primeiro Curso superior do nosso Território e o primeiro Curso de Letras da
UNEB, que nasceu em 1983.
Aí, dentro da Faculdade de Formação de Professores de Alagoinhas – FFPA, fiquei
como professora de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Estágio Supervisionado
de Português, pois juntamos as duas licenciaturas em Língua Portuguesa e Letras
Vernáculas e os vários anos, como docente do Curso Ginasial e do Ensino Médio. Em 1978,
porém, apresentei Projeto para o Mestrado em Educação ao Curso de Pós-Graduação da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Rio Grande do Sul – PUC-RS e fui
classificada, mas devendo realizar provas em fevereiro de 1979, incluindo língua estrangeira.
Fiz a minha opção pelo Francês, porque esta já era a língua do meu agrado, uma vez que,
da França, guardava as lições de História: A Queda da Bastilha e a Bandeira da Liberdade,
Igualdade, Fraternidade. Cheguei em Porto Alegre, em janeiro de 1979, fiz as provas,
aguardei o resultado, e, aprovada, fiquei para o 1º semestre das aulas. Porto Alegre foi outro
espaço de testes de perseverança e auto-estima. A PUC-RS tinha, aproximadamente, 20
mil alunos e apenas 2 negros: um rapaz no Curso de Matemática e eu no Mestrado de
Educação. Ele entrava pela manhã e saia à noite. Eu andava pelos corredores, entrava nas
salas das turmas, para dar bom dia e perguntar: como vão? Eles não estavam acostumados,
com esse jeito de comunicação. E diziam, sempre: lá vem a baiana! A baiana passou por
aqui! Eu não tinha nome. Era apenas, a baiana. Mas, com isso, levava para eles, o gosto do
dendê, do vatapá, do caruru, do acarajé; a cocada, a água de coco, a carne mole do coco
verde que a grande maioria desconhecia. Nunca tinham visto um coqueiro! Tempos de luta
e de muitas vitórias. Ganhei meu curso, alguns amigos, uma afilhada e um reencontro com
o professor Celso Luft, Pró-Reitor da Pós-Graduação e que agora, casado, era o mesmo
Irmão Arnulfo, autor da Gramatica Resumida que havia sido a minha primeira Gramática, do
Curso da CADES, de Salvador, 18 anos atrás.
Na volta do Mestrado, ganhei também um espaço, como Coordenadora Pedagógica
da Universidade de Feira de Santana, pois foi com uma bolsa do PICD, desta Universidade,
ganha em concorrência, com outros docentes da terra, que me mantive no Curso, no Rio
Grande do Sul. Foi a minha segunda experiência docente fora de Alagoinhas, mas durou
menos de 2 anos. Retornei definitiva e exclusivamente para a FFPA, onde o trabalho político
era parte do trabalho pedagógico e incluía, de forma incisiva, o combate à ditadura que se
instalara, em nosso país, em 31 de março de 1964, quando eu era ainda era professora de
Português, no Ginásio de Alagoinhas. Brigávamos por eleições diretas no Brasil,
organizando seminários e debates e manifestações públicas, dentro e fora do espaço da
Faculdade que continuava instalado num prédio de Prefeitura – O Centro Cultural, construído
para ser uma Biblioteca, mas que abrigava a FFPA, desde 1973. Em 1985, trouxemos a luta
das “diretas já” para administração da faculdade, usando esse “slogan” em cartazes, em
camisas, em faixas. Fizemos campanhas várias, até que alcançamos o direito de eleger,
pelo voto direto: Joilson Borges e Marinalva Costa, como Diretor e Vice da FFPA. Essa foi
uma vitória de toda a comunidade, porque estudantes, funcionários e professores
participavam intensamente de tudo e ainda contávamos com a comunidade não
Universitária.
Em todos os expedientes de combate à ditadura, lembrávamos os nossos
companheiros que foram presos: estudantes, como Belmiro Deusdeth, Antonio Fontes,
Miguel (Professor Miguel), Jackson Ramos; professores, bancários, ferroviários, petroleiros;
mas, destacando as mulheres, uma figura tinha de ser festejada e reverenciada: Maura
Cardoso. Falávamos dela, lembrávamos dela, pela firmeza de conduta, inclusive durante a
prisão. Voltou de lá, abatida pelo contexto de diversidades, mas, com o nariz mais empinado
ainda, com a cabeça mais recheada de sonhos e a alma mais fortalecida nos seus ideais.
Continuou trabalhando em favor dos mais necessitados. Ela estava agora assessorada por
uma amiga comum – Jecy Lopes da França – também espirita, advogada e que precisava ir
à casa dela, auxiliá-la. A erisipele estava acentuada e ela precisava deixar a perna em
repouso. Ficava na cama ou na cadeira, com a perna estirada. E os papéis, os documentos
das pessoas, ali no entorno. Jecy ajudava na discussão dos assuntos, na produção dos
Pareceres, na arrumação das pastas. Às vezes, também eu ia ajudar no que era possível,
principalmente escrever e ficávamos as três, em volta da mesa, na sala do meio da casa. E
num desses dias, no meio da conversa, ela pontuou: Ô minha filha você se lembra de uma
palavra que eu lhe disse, há anos atrás, sobre a sua vida e a minha? Lembro sim, dona
Maura, Ô minha filha, esquece disso. Eu sinto um orgulho danado de ver você, com essa
energia, com essa convicção política, com essa garra. Não pense jamais em fugir do seu
destino. E nos emocionamos ali, e ficamos de mão dadas, sobre aquela mesa.
Fui candidata a Vice-Reitora da UNEB, em 1989, com a professora Maria Terezinha
Reis de Azevedo Coutinho, Diretora da Faculdade de Educação da UNEB em Salvador –
duas filhas de Alagoinhas, duas socialistas, pois Tereza teve de se exilar no Chile, no período
de 64. Eu era filiada ao PSB – Partido Socialista Brasileiro e, por ele, fui candidata a Prefeita
de Alagoinhas, em 1992 (ano da morte de Maura), com aquele ideal de servir à sociedade,
com decência, com equilíbrio, com honradez. Para Maura, eu era um motivo de satisfação.
Para mim, ela era e sempre será um protótipo de ser humano que soube dignificar a sua
existência, a de seus familiares e a de sua comunidade. Por isso, quando Tereza Cristina
Actis me levou a informação de que o meu nome estava indicado pela Comissão
Organizadora da ALADA e que eu poderia escolher o meu patrono, a minha cabeça, as
minhas lembranças, e o meu coração me levaram para essa mulher extraordinariamente,
importante na vida da comunidade alagoinhense: Maura Cardoso! Que orgulho você me dá,
ALADA, de ter essa Madrinha!!!
Iraci Gama – Madrugada de 20/05/2021