Um grupo de arqueólogos do campus de Arlington da Universidade do Texas (UT Arlington), nos Estados Unidos, tem estudado artefatos e ferramentas de pedra com pelo menos de 9.000 anos. Os instrumentos foram descobertos no Lago Huron, um dos cinco “Grandes Lagos”, e se originaram de uma pedreira de obsidiana localizada no estado do Oregon, que fica a mais de 4.000 quilômetros de distância de onde foram encontradas.
A obsidiana encontrada pelos pesquisadores representa os espécimes mais antigos deste material, e também os que percorreram a maior distância. Além disso, são os primeiros encontrados na Costa Leste dos Estados Unidos. “Neste caso, esses minúsculos artefatos de obsidiana revelam conexões sociais em toda a América do Norte, 9.000 anos atrás”. declarou a professora assistente de sociologia e antropologia da UT Arlington, Ashley Lemke, ao Phys.org.
“Os artefatos encontrados abaixo dos Grandes Lagos vêm de uma fonte geológica em Oregon, 4.000 quilômetros de distância, tornando-se uma das distâncias mais longas registradas para artefatos de obsidiana em qualquer lugar do mundo”. “São peças muito pequenas com grandes histórias para contar. Obsidiana do extremo oeste dos Estados Unidos raramente é encontrada no leste”.
Captura cuidadosa
Como o local estava submerso e intocado, os pesquisadores conseguiram recuperar a obsidiana de uma forma sistemática e científica. A obsidiana é uma espécie de vidro vulcânico, que, ao longo da história, foi usada e comercializada amplamente como um material bastante valioso na fabricação de ferramentas afiadas.
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A descoberta no Lago Huron é parte de um estudo bem mais amplo, que tem a função de entender a organização socioeconômica dos caçadores de renas do final da última era glacial. Nessa época, os níveis de água eram muito baixos. Os cientistas já encontraram, por exemplo, locais antigos, como paredes de pedra e cortinas de caça, que, hoje, estão a 30 metros de profundidade.
“Esta descoberta em particular é realmente emocionante porque mostra a importância da arqueologia subaquática. A preservação de antigos sítios subaquáticos não tem paralelo em terra e esses lugares nos deram uma grande oportunidade de aprender mais sobre os povos do passado”.