A temporada oficial de festejos juninos foi aberta em Salvador neste domingo (11) com o já tradicional Cajarriê, samba junino que há oito anos movimenta as ruas de Cajazeiras 10. Em um início de mês chuvoso na capital, a festa já começou abençoada por São Pedro, um dos santos católicos do período, que decidiu dar uma pausa nas águas.
A volta do sol trouxe ainda mais alegria e animação para o público, que deslizou nas ruas do bairro ao som das bandas Samba Comunidade, Bom Balanço, Samba Fama, Samba de Tamanco, Eduardinho Fora da Mída, Movimento, Willian San, Léo Novo Som e Nem Muvuca (Art Balanço).
Primeira vez como organizador, Wendel Muniz, que é morador do bairro há 24 anos, usou sua experiência de folião para impulsionar a tradição por mais um ano. “É uma missão quase impossível. Fazer um evento, correr atrás de apoio, documentação, vendas de camisas é bastante desafiador”, confessou.
Uma das estratégias de divulgação neste ano foi associar ao evento o capital simbólico de influenciadores digitais do bairro. Cerca de 1200 camisas foram vendidas. O cortejo de 1km inicia na famosa Rótula da Feirinha e segue até a Arena Pronaica.
A técnica de enfermagem Eliana Santos fez sua estreia no Cajarriê, e nem mesmo o cansaço de um plantão de 24 horas finalizado horas antes de iniciar o cortejo tirou sua disposição. “Eu moro no bairro, mas esse é meu primeiro ano aqui. Estou amando a festa. Muito top! Organizada, com segurança. Estou satisfeita e, se Deus quiser, participarei todos os anos”, disse.
O samba junino é uma manifestação cultura genuinamente soteropolitana que nasceu na década de 1970. É considerado um subgênero do samba, que tem lugar especial nas festas juninas na capital baiana. Nasceu dentro dos terreiros de candomblé, nas festas de caboclo, e ganhou as ruas, atraindo mais e mais adeptos a cada ano.