Força ativa | A TARDE

 A arte é a dimensão humana na qual as forças ativas têm total predominância, talvez a única manifestação do Sapiens com este perfil, portanto, saudar a importância e a diversidade do artesanato é uma tendência natural dos fortes.

A característica de exceção aumenta exponencialmente o valor deste rico patrimônio, mas não se deve recusar projetos de apoio permanente e multiplicação de vitrines, pois não é fácil resistir às intempéries.

A inauguração da Casa Artesanato da Bahia, no Porto da Barra, é o mais recente exemplo afirmativo de parceria com este segmento relevante na medida de tornar-se o único capaz de impedir que a “realidade” nos destrua. No prédio amarelo onde funcionou o Instituto Mauá, o novo estabelecimento visa agregar coleção de predicados capazes de referir o empenho do governo do estado em restituir aos artesãos seu lugar na pole-position da cultura.

A estreia não poderia ser mais auspiciosa, com o abrigo permanente da Exposição Memórias Afetivas e o Memorial do Artesanato Baiano, reunindo peças valiosas para se formar alguma ideia consistente sobre os produtores. O alvissareiro planejamento inclui interatividade no centro de comercialização, no pavimento térreo, onde turistas e nativos terão oportunidade de adquirir peças com base nas ideias de autenticidade, unicidade e a aura de beleza.

O pensamento é o de multiculturas, tomando como pressuposto a mistura verificada na Bahia, com protagonismo de caboclos indígenas, os escravizados e descendentes, acrescendo a influência árabe, judia, lusitana e galega. A estrutura renovada do velho Instituto Mauá leva em alta conta a importância da prestação de serviços, desde o mais simples cadastro ao processo de renovação da Carteira Nacional, além de inscrição em feiras nacionais.

O endereço próximo ao marco de fundação tem potencial para atualizar talentos nas linguagens apropriadas, servindo como celeiro de artistas, de acordo com a intenção anunciada pelos gestores em prover de equipamentos e recursos disponíveis.