Nossas escolhas determinam a nossa trajetória, mas para isso é necessário ter autoconhecimento para compreender o nosso propósito de vida. Tudo na vida tem um objetivo, é essa busca que dá sentido à existência. As pessoas estão vivendo situações que estão fora do contexto, simplesmente perderam sua essência, perderam o sentido da vida, necessitando de um reajuste.
O fato é que o grande sábio e filósofo indiano Krishnamurti, disse certa vez: “os ensinamentos só podem dar frutos se forem vividos”.
Você sabe qual o seu propósito no mundo? Já inicio esse texto questionando. É a pergunta chave para aqueles que almejam fazer descobertas de sua verdadeira essência. Não se preocupe com o que dizer, como se posicionar, apenas aceite o que foi lhe dado no momento para que possa protagonizar seu papel do que foi realmente destinado a você. As reservas do universo são infindáveis, cabe a cada um impecavelmente expressar aquilo que pode fazer de melhor.
Dentro da gente, tem nossas experiências e particularidades de pontos positivos e pontos a melhorar, que nos fazem pessoas singulares e especiais.
Wagner Guedes
O que você faz que traz alegria ou valor para outras pessoas?
Se você perguntar sobre meu propósito, eu posso compartilhar e, talvez, você possa identificar e seguir como exemplo. Por meio das minhas vivências e do contato com o mundo, transformo cada palavra em uma flor de algodão (não sei explicar o motivo, porque flor de algodão, foi durante o momento noturno intuitivo, talvez porque estamos na estação primaveril). Cada pétala é levada pela brisa como um balé sinuoso, como se fosse uma mensageira tocando a alma das pessoas como uma forma de ajudá-las, mostrando novos caminhos e possibilidades para compreensão do ser humano e o seu destino.
Dentro da gente
Tem a gente
E tem um universo dentro da gente
Para se autoconhecer
Mas qual é o verdadeiro propósito da sua vida? Cada ser humano tem uma missão peculiar, as nossas interações no mundo, nossa energia, as vibrações, a profissão, o comportamento, as palavras, não importa o que você faça, você já tem o destino certo.
Está acompanhando as mudanças que estão afetando o mundo?
Os efeitos que o ser humano causa na vida de outras pessoas, especialmente na população de um país específico, são exemplificados pela mobilidade migratória, sendo o fluxo de pessoas que buscam um sentido em suas vidas em outros lugares, mas isso pode resultar em consequências que podem ser benéficas ou não. Esses efeitos de pessoas provocam mudanças e deixam marcas por conta da diminuição da qualidade de vida, desemprego, condições desfavoráveis à moradia e relações conflitantes entre culturas, diferenças sociais e as vulnerabilidades por fazer esse deslocamento forçado sofrível.
De acordo com William Andreotti, muitos de nós teremos passado por processos de amadurecimento e de autoconhecimento provocados pela situação. Muitos outros apenas terão sobrevivido. Alguns terão enfrentado tudo com passividade, outros com agressividade e revolta.
As influências tecnológicas, políticas e sociais também geram impactos na sociedade, como também, urbanização acelerada, aquecimento global, economia global, as mudanças climáticas, as migrações fronteiriças e o padrão de comportamento de um determinado grupo.
Posso relatar um fato relevante a respeito do propósito de vida. Recentemente, organizei a exposição de quadros de Gildo Dias, um renomado artista plástico e pintor. Eu conheci no instituto, que realiza trabalhos de cunho social e, durante nossa conversa, ele me relatou que na sua residência particular havia 70 quadros que estavam estacionados, e por falta de recursos e patrocinadores estava inviável a realização do ‘vernissage” (exposição).
“A arte nos amadurece. Ela confia que podemos ir além do pensamento médio. Ela nos ajuda a vencer o medo das mudanças. Tira as rodinhas da nossa bicicleta.”
Martha Medeiros
De repente, deixei-me guiar por uma força propulsora invisível que me impulsionou a realizar essa tarefa. Ele me contou a sua história de vida, como sua infância foi difícil e todos os acontecimentos difíceis ao longo de sua trajetória de vida. Além disso, ele não tinha os recursos necessários para realizar a exposição.
Vi que todas as possibilidades estavam abertas e favoráveis naquele momento. Você não imagina o quanto isso teve um impacto significativo na vida do artista plástico e a realização de um sonho que, até então, não imaginava que poderia acontecer, foi realmente um estímulo para agir e transformar em realidade. Quando decidi fazer a curadoria dessa exposição, perguntei: por que não levar a arte ao mundo? Impactar e contribuir de alguma forma.
O que faz a diferença é o nosso propósito e a intenção de replicar as ideias para causar um impacto benéfico em qualquer situação. A cantora Marisa Monte apresentou um relato inovador, no qual muitas pessoas a procuravam para relatar como a música tinha o poder transformador de aliviar as dores físicas e psicológicas, bem como os desajustes emocionais, sobretudo no campo psicológico. Então, porque não usar a arte, criatividade e o lúdico? E a proposta foi genial, abriu um espaço no hospital para os pacientes internados, enfermeiros, médicos, acompanhantes e funcionários onde eles possam encontrar nesse espaço o imaginário através da arte. Uma coligação, para que isso possa abranger, pluralizar, propagar a ideia e ajudar a aliviar as dores de quem precisa dessa conexão de amor.
Quando uso a palavra e o movimento para fazer outras pessoas felizes, isso, sem dúvida, é mais recompensador do que qualquer desafio ou desconforto. Então, porque não proporcionar alegria e mais uma infinidade de atitudes que não nos faça esquecer da nossa verdadeira essência que a priori é o que melhor define a palavra da humanidade.
Aprender com as adversidades depende de uma atitude pessoal. Precisamos estar dispostos a tentar. A adversidade acontecerá, de uma forma ou outra. A situação atual mostra que muitas vezes não depende em nada daquilo que somos ou fazemos. O que fazemos é o que faz a diferença.
São esses momentos simples, singelos que nos toca e nos leva a ser um efeito multiplicador. Às vezes, nossa mente pensa em algo que não foi tão relevante, mas, para mim, foi magnânimo. Por isso, através do autodescobrimento, podemos compreender a nós mesmos e os outros.
Em momentos difíceis que o mundo está passando, porque não finalizar esse texto com o poema famoso de Fernando Pessoa: “Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faz com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai. Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama”.
Ler liberta e engrandece a alma. Desejo para vocês leitores que façam uma grande viagem ao ler esse texto e que seja uma bagagem positiva capaz de transformar o mundo com sua ideações e propósitos.
Mônica Prado
É jornalista, escritora, colunista, curadora, poeta, jornalista de moda, empresária da moda, ativista literária apoiando e incentivando a escrita como ferramenta transformacional na sociedade. Bacharel em Musicoterapia pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL) com especialidade na área geriátrica, neurológica e gestacional, com mais de 26 anos de experiência clinicando como Terapeuta. Colunista da Revista Metropolitana (Salvador), Jornal do Povão (SE), revista Trama bodoque (BH), Jornal do Povão (MG), apoiadora da Revista conexão Literária além da participação semanalmente do programa da rádio Jubileu FM, com abordagens e temáticas diversas sobre bem-estar, comportamento, consciência, espiritualidade, saúde psicoemocional, dualidade, autoconhecimento entre outros. Criadora do método Modaterapia em que no campo da terapia observa e percebe a óptica da imagem e o comportamento das pessoas em relação à moda. Transcreve conhecimentos e experiências dos atendimentos em consultório, ajudando no empoderamento feminino, elevando a autoestima da mulher, fertilizando a vida através das suas experiências singulares, o bem-estar e aceitação de si mesma. Além da participação no livro de antologia Café, Pão e Poesia.