Lembro-me como se fosse hoje, quando participei do campeonato de handebol como esportista e jogadora e vi a cena da colega arremessando a bola com voracidade e agressividade contra a sua oponente. Infelizmente se machucou e perdeu o sentido (desmaiou), e em nenhum momento percebi a colega se aproximar e se mostrar genuinamente preocupada mesmo sendo um campeonato. Nesse momento percebi o quanto a colega estava com feridas mal resolvidas internamente devido a um problema pessoal e acabou extravasando em que não merecia.
Poderia, de alguma forma, pedir desculpas, independentemente se foi intencional ou não, e se importar porque somos seres humanos e, mesmo numa competição, deixamos nossas diferenças de lado e nos mostramos mais abertos e compassivos. Um pedido de desculpa expressa um arrependimento, mas perdoar já é algo muito mais profundo. Desculpar pode ser algo insincero, da boca para fora, sem o acompanhamento de um sentimento. Cada ser humano expressa suas emoções
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança
Renato Russo
Qual a diferença entre pedir desculpas ou perdão? Ohh! Me desculpe não tive a intenção ou perdoe-me prometo que não irá se repetir. Quantas vezes o ser humano já repetiu essa frase? O homem deve saber radiar amor por aqueles que o prejudicam ou ofendem, pois, a sua energia será direcionada para a consciência do outro.
Tem uma frase que dizem “ eu aceito, perdoo, mas não esquece”. Mas se servir de consolo, essa não é a forma tão simples. Perdoar não é esquecer, para que haja o perdão é necessário não se identificar com a dor, a ferida e as mágoas que pode estar enraizada profundamente em relação ao episódio passado.
Quando estou imersa na escrita, gosto de trazer exemplos costumeiros. Quando o indivíduo trabalha numa empresa ou qualquer outro local de trabalho, logo pode acontecer afinidade entre colegas que se transforma numa amizade. Nesse ínterim, uma conversa, um desabafo, contamos nossa intimidade, ou um fato da nossa particularidade, criando um laço de confidencialidade.
Independente do que as pessoas façam ou digam,
“ Permaneçam em harmonia”
Se alguém o magoar, abençoe-o e continue com a sua própria verdade.
Zohar
Mas num determinado momento pode haver um vacilo e o segredo ser repassado para outros colegas e gerar uma mal-estar entre ambos. Não é só no ambiente de trabalho, ocorre entre familiares, amigos e principalmente nos relacionamentos. Você já passou por alguma situação similar?
O perdão é uma força muito poderosa, é um ato de amor incondicional e carrega uma vibração sutil, uma dimensão incalculável, que não devemos deixar de lado situações mal resolvidas, porque ficamos aprisionados e precisa haver uma libertação das dores, e sofrimentos.
Se consegue enviar amor e perdão a quem nos feriu, encontrará a chave da liberdade; por isso, é importante fazer perguntas decorrentes, porque encontramos as respostas e isso faz com que a energia que se foi expelida em outros momentos sendo prejudicais não só para si, mas também para o outro será uma forma de libertar.
Acima de tudo, devemos ter uma sabedoria genuína para esta receptivo ao perdão. Para perdoar alguém, é preciso reconhecer que foi injusto, sentir remorso e respeitar a pessoa prejudicada. A pessoa pode demorar um pouco para decidir se quer ou não. É importante que o ofensor compreenda e tenha empatia pela vítima, que sofre com a injustiça que cometeu.
Como perdoar o imperdoável?
Quando encontro com algumas pessoas, ou até mesmo no consultório em atendimento aos meus pacientes, é bem tangível a forma como expressa a raiva e a não aceitação pela situação e dizem que não estão dispostas a perdoar a quem lhes ofendeu. Não sentem a mínima vontade. Essa constatação me deixa surpresa.
Independentemente do que as pessoas façam ou digam, permaneçam em harmonia. Se alguém o magoar, abençoe e continue com sua verdade. Ela não precisa fazer parte da morada superior da sua mente (os pensamentos intrusos e incessantes quando não nos desligamos do problema), pois isso não irá acrescentar em nada ao seu crescimento evolutivo.
A intenção do perdão, na verdade, é sobre você e o seu relacionamento consigo mesma. Não importa se um dia você vai encontrar a pessoa ou não, o importante é a cura do sentimento interior. Quando a situação está mal resolvida, da próxima vez que houver um encontro, nenhuma reação energética será gerada. Isso significa que houve o perdão. A pessoa não deve armazenar culpas porque não somos responsáveis. Nesse caso, cada indivíduo deve curar por si mesma.
É importante haver uma ponderação em movimento, uma meditação profunda, fazendo no seu momento uma preparação. Tudo reflete nosso espectro e o ser humano atrai aquilo que ele mesmo criou. É difícil, desafiador, mas… aprendemos com o tempo. Afinal, somos uma mescla de energia e frequências. Portanto saiba proteger e preservar a integridade da sua energia. Somos experiências espelhadas.
Não há necessidade do encontro, ninguém é obrigado a isso, nem conviver mais,
Apenas faça esse exercício, seja qual for a intenção. Abençoe, liberte e envie amor.
Eu li um trecho de Sananda que achei muito pertinente e quis escrever para vocês: “Eu criei isso, atrai essa experiência para mim. Sei que fiz isso para criar uma cura importante para mim e aceito esta lição com profunda gratidão. ”
Ao invés de julgar as pessoas, procure compreender suas diferenças. Procuremos descobrir porque fazem o que fazem. Essa atitude é significativamente mais benéfica e intrigante do que criticar; além disso, gera empatia e tolerância. Saber é perdoar.
Até próxima
Abraços com laços de perdão.
Mônicah Prado
É jornalista, escritora, colunista, radialista, curadora, poeta, jornalista de moda, empresária da moda, ativista literária apoiando e incentivando a escrita como ferramenta transformacional na sociedade. Escrevo com inspirações ligadas a espiritualidade, cosmologia, a natureza e seus componentes. Bacharel em Musicoterapia pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL) com especialidade na área geriátrica, neurológica e gestacional, com mais de 26 anos de experiência clinicando como Terapeuta. Atuo como Colunista da revista metropolitana (Salvador), jornal news (Salvador), revista projeto autoestima, apoiadora da revista conexão literária. Participou da antologia poética café, pão e poesia e poetas em construção. Atualmente participa semanalmente no programa da rádio Jubileu FM, com abordagens e temáticas diversas sobre bem-estar, humanismo, vida, respeito, valores, comportamento, consciência, espiritualidade, saúde psicoemocional, autoconhecimento entre outros. Criadora do método Modaterapia em que no campo da terapia observa e percebe a óptica da imagem e o comportamento das pessoas em relação à moda. Transcreve conhecimentos e experiências dos atendimentos em consultório, ajudando no empoderamento feminino, elevando a autoestima da mulher, fertilizando a vida através das suas experiências singulares, o bem-estar e aceitação de si mesma.