Zelar por informação confiável, visando ao bem comum, tendo como dever a defesa da verdade única, entre milhões de proposições falsas, pode ser arriscado para o profissional de jornalismo dedicado a trabalhar corajosamente.
A interpretação possível vem de um alerta recente a partir de dados coletados em pesquisa das Nações Unidas: 759 ataques a jornalistas nas eleições de 70 países, gerando temor inédito em escala planetária.
Alastra-se a violência contra a Imprensa como uma “pandemia” antidemocrática, pois sabe-se da importância da cobertura isenta dos pleitos, quando é preciso dar voz a todas as propostas de candidaturas.
A coletânea de 2019 a 2022 inclui votações mais recentes no Brasil, ganhando tarja de prioridade no relatório divulgado por ocasião do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, quinta-feira passada.
A avalanche pode sinalizar inconformismo geral, não apenas contra o serviço noticioso, mas também um clamor mundial por ajustes nos regimes baseados nas apurações das urnas, considerando o formato da política do voto em geral.
É sortida e inaceitável a lista de flagrantes contra o exercício da profissão de escutar fontes relacionadas à atividade eleitoral, testemunhar os fatos e denunciar descalabros, tornando-se repórteres reféns de uma ira em escalada.
São agressões, assassinatos, ataques digitais, prisões arbitrárias e obstrução de acesso aos locais onde encontra-se o eleitorado, incluindo destruição de equipamentos por parte de grupos acometidos de incontido delírio persecutório.
Desperta a atenção dos cientistas políticos e pesquisadores de comunicação, cultura e sociedade o fato de as ocorrências apresentarem característica de distribuírem-se nas regiões do globo marcadas pela liberdade de expressão.
A luta por esta prática virtuosa, dependente de valores morais como o respeito pelo divergente e até antagônico, pode tornar-se mais intensa em 2024, por tratar-se de “superano” eleitoral, com a programação de 81 novos pleitos.
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