— Olá, minha linda! — Assim disse Poli, ao receber a prima que parira há meses.
— Como não fizeram nenhuma visita, me senti na obrigação de meu filho apresentar.
Poliana parecia muito feliz com seu primogênito. Nunca imaginara que teria uma criança tão bela e agradável. Achava que a família tinha sido injusta. Ninguém lhe tinha visitado. Acolhido sua criança e o mais novo membro daquela família.
— Vocês não tiveram coragem de ir ver meu filho. Quero saber por quê. Será que sou tão miserável assim?
— Oh, prima! Não é nada disso. Sabe que todo mundo aqui trabalha fora e em casa. Nossa vida é corrida demais. Estávamos programando um momento para ver você e esse lindo bebê. — Quis amenizar a situação a prima Janaína.
— Quem tem sua boca diz o que quer, mas tudo bem! Aqui tá meu filho. Sobrinho e primo de vocês. — Falou cabisbaixa, mostrando Juninho à família. E logo fez menção de ir embora, mas nesse momento sua tia Francisca aproximou-se dela.
— Poli, que Deus cuide desse lindo nenê. Parabéns! Você caprichou.
— Foi mesmo! —Também comentou a prima Paula. E os demais seguiram elogiando. Todos entusiasmados, com um sorriso pálido na cara. Ninguém disse o que estava pensando de verdade, a não ser vó Maria. Depois do bebê passar de mão em mão, chegou a vez da velha senhora. Uma das netas foi até ela e perguntou:
— Olha, vó! Não é lindo?
— Oxe! Chama isso de lindo?
— Vó, é o nenê de Poliana! Seu bisneto!
— Meu não! Seu!
— É sim, vó! É o filhinho de sua neta.
— Né não! É fein, viu!?
— Vó!! – Falou alto, e chateada, a mãe do bebê. Já com lágrimas nos olhos, pegou a criança e saiu sem dar tchau. Janaína foi junto da vó.
Sei que a senhora brincou, vó, mas sua neta ficou muito triste.
— Brinquei não! É fei. Muito fei mesmo, e pronto! Ninguém disse. Tudo falso! Só fingindo! É fei que dói.
A família toda ficou sem graça. Envergonhada!